Os votos brancos, nulos e abstenções observados nas eleições municipais deste ano expressam claramente o descontentamento da população com a classe política. Não tem desculpa, a classe não vem se comportando de forma republicana nestes últimos tempos. A opinião pública acena dizendo que a paciência se esgotou com a balburdia que está ai.
Oportunistas
Por outro lado, não faltarão oportunistas de plantão para propor o voto facultativo como “salvação da lavoura”. Ora, o que representa o voto facultativo senão a possibilidade de distanciamento ainda maior do eleitor em relação ao envolvimento nas discussões e ao exercício constante do voto tão necessários à cidadania e à depuração da política?
Fora dos trilhos
Os números apontam que o trem da política está fora dos trilhos implicando em necessidade de Reforma Política que contemple, pelo menos, o fim das coligações proporcionais já para 2018, bem como, cláusula de barreira, a fim de impedir a continuidade ou surgimento de partidos políticos que se prestam apenas para negociar horários de TVs e rádios visando vantagens financeiras ou cargos.
Nanicos
Claro que, em decorrência do resultado das eleições onde alguns partidos nanicos conseguiram eleger prefeitos em capitais como em Belo Horizonte (PHS) e Curitiba (PMN), a cláusula de barreira tende a sofrer criticas e ataques em nome da liberdade de expressão partidária. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estão registrados 35 partidos políticos e destes, 28 com representatividade na Câmara dos Deputados implicando dificuldades à governabilidade.
Negociatas
No sistema presidencialista, a negociação entre Executivo e o Legislativo deve ser o caminho natural a seguir para que a governabilidade flua com eficiência e eficácia de forma a atender às necessidades do Estado e da sociedade, porém não é o que acontece no Brasil, pois o grande número de siglas existentes leva, inevitavelmente, à negociatas, troca-troca ou toma lá, dá cá (como queiram) dificultando assim a celeridade das ações do governo, quando não impedidas.
Os parlamentares (deputados e senadores) não tem responsabilidade direta como a presidencia da República, ao contrário, desfrutam de certa comodidade, pois não sofrem cobranças diretas da população que, na maioria das vezes nem sequer lembra em quem votou e pouco se interessa pelo andamento das discussões no Congresso Nacional. Talvez o recado das urnas provoque reflexão comportamental entre os parlamentres. Quem sabe?
Autofinanciamento
Com o fim do financiamento de campanha por empresas privadas (isso é bom) outro fator importante a ser revisto é a brecha do autofinanciamento de campanha, pois as candidaturas mais aquinhoadas tendem a levar vantagens na disputa fazendo uso do seu poder aquisitivo em detrimento das candidaturas com poder financeiro escasso.
Confira matérias: Jornal do Brasil e globo.com
Deixe uma resposta