O modelo neoliberal na verdade procura reconstruir as premissas fundadas desde o final do século XVII com o patriarca John Locke ainda na guerra civil inglesa que resultou na monarquia parlamentarista ainda presente hoje.
O liberalismo na sua gênese tem a sua origem de pensamento na filosofia Deista, divina, onde se consagra a naturalização da ideia de progresso da sociedade a partir do destino, do devir ser. Esse processo e constituído como sendo algo construído na base religiosa de pensamento.
O próprio darwinismo social que ele tanto prega já havia sido contestado a partir de observações concretas da realidade onde a escravidão e a exploração do trabalho em níveis assombrosos revelavam a característica seletiva desse modelo de sociedade, seja feudal, escravocrata ou ainda capitalista. O modelo de pensamento da classe dominante certamente passa pelo nível de acesso ao poder econômico, político e ideológico e a conhecimentos muito restritos.
O que ocorre após mais de três séculos da origem do pensamento liberal passa ainda pelo controle da classe burguesa por isso o Neoliberalismo ainda corrompe os cidadãos desavisados com a sua ideologia típica da meritocracia e da defesa dos princípios da “liberdade”.
Com a falência do liberalismo em 1929 com a crise que gerou a grande depressão e ao mesmo tempo o avanço do socialismo a resposta teria que ser o dirigismo estatal keynesiano, tanto para salvar o capitalismo no sentido econômico quanto político.intervencionismo,
A segunda guerra mundial e a vitória soviética sobre a Alemanha fez prevalecer o pacto social e econômico do intervencionismo. Mas, ao longo das décadas seguintes após a segunda guerra a acumulação capitalista necessitou ressuscitar o livre mercado através de uma nova roupagem, sempre com ideias já tradicionais como no caso do neoliberalismo.
Os governos Tatcher na Inglaterra e Regan nos EUA inauguram esse novo ciclo de práticas econômicas com ideias já falidas, mas que através da ideologia conseguiram implementar esse modelo de desconstrução do Estado de direito e suas políticas públicas afim de impulsionar a acumulação econômica e financeira com o avanço da globalização das grandes corporações transnacionais
*Marcelo Marcelino é cientista político, sociólogo, economista, pesquisador e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR). É também, escritor e consultor acadêmico.
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