As diferenças sociais no Brasil implicam em desigualdade de gênero, de oportunidade, de renda, de educação, de moradia, de segurança, etc.
Os acontecimentos que sucederam em mortes de um turista italiano e de uma argentina nos morros do Rio de Janeiro pelo simples fato de um “GPS” ter emitido informações desencontradas, nos convidam à refletir sobre que tipo de sociedade estamos alimentando.
A indignação é geral quando vemos estampadas na imprensa que determinada área de favela do Rio é “controlada por bandidos”, porém, não nos damos conta que em outros locais também existe o tal “controle”.
Em condomínios “fechados”, dificilmente, o cidadão que não comprove residência consegue adentrar sem ser barrado pelos seguranças particulares; mesmo alguns tendo em “seus domínios”, vias públicas.
Caso um cidadão “de fora” resolva fazer um passeio ou dar um “rolezinho” nas vias públicas que circundam um condomínio como o Alphaville, por exemplo, é provável que seja impedido pelos seguranças, em nome da segurança dos moradores. A insistência poderá acarretar reações nada agradáveis dos guardiões locais.
Se estivermos pré-disposição à reflexão, sociologicamente falando, veremos que alguma coisa está fora do eixo.
Os estabelecidos (em ambas as situações) ditam as regras, os “outsiders” devem simplesmente aceitá-las sob pena de consequências imprevisíveis.
Na concepção do filósofo e contratualista inglês do século XVII, Thomas Hobbes, o cidadão, para ver garantida a ordem, sua segurança, de sua família e de seus bens, abre mão da liberdade ilimitada (onde a lei do mais forte prevalece) e entrega ao Estado aceitando as leis criadas a partir de um “contrato social”. No Brasil, pelo jeito que anda a carruagem vemos que o Estado não cumpre (o contrato) de forma satisfatória A sua obrigação em proporcionar segurança e proteção à sua gente.
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